Doshas: perceber o que nos move
Na medicina ayurveda fala-se muito dos doshas.
Vata, Pitta e Kapha.
No fundo, são formas de entender como os elementos da natureza vivem dentro de nós. Não são caixas onde se encaixa uma pessoa, mas pistas. Um mapa. Um ponto de partida para olhar para o corpo, para as emoções, para os nossos ritmos diários.
Cada dosha é uma mistura de dois elementos.
Vata junta ar e éter: traz leveza, movimento, imaginação… mas também distração, ansiedade, movimento.
Pitta mistura fogo e água: dá foco, vontade, energia… e às vezes impaciência, calor a mais, exigência.
Kapha junta terra e água: oferece calma, estabilidade, doçura… mas pode virar inércia, peso, apego.
A maioria de nós tem um ou dois doshas que se manifestam com mais força. Isso não é linear. Pode mudar com a estação do ano, com o que comemos, com o que vivemos.
Quando os doshas estão em equilíbrio, tudo parece fluir melhor. Quando se desequilibram, o corpo dá sinais: uma digestão difícil, um cansaço estranho, um sono que não vem, ou até uma tristeza sem nome.
A verdade é que os doshas não são uma resposta definitiva. São uma proposta para observar melhor. Para escutar o que está a acontecer dentro de nós. Para ir percebendo o que nos alimenta, o que nos desequilibra, o que precisamos ajustar com mais gentileza.
Talvez a pergunta seja essa: O que está em movimento dentro de mim agora?
E depois… escutar com calma. Como quem se senta com uma chávena quente nas mãos e não tem pressa de responder.